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Economia: árvore e floresta

Nota de Gilberto Mosmann, secretário executivo do Sinplast

Economistas há que envergam mais a floresta, enquanto outros veem apenas algumas árvores. Depois dos fatos econômicos já acontecidos, este último tipo de especialista analisa-os com a utilização de uma avalanche de números.

Recentemente, em artigo publicado, falei de “Palavras e Números”, chamando a atenção para economistas que se esquivam de fazer previsões e análises sem contarem com uma boa coleção de números. Sentem-se “a pé” sem números. Não sabem cenarizar sem estatísticas. Pois, muitos desses ficaram olhando os números da situação grega, de interesse regional do Mercado Comum Europeu, com um tamanho econômico igual a de um Estado brasileiro, e não prestaram atenção para o tsunami chinês que se formava no horizonte, com efeitos multiplicadores em todo o mundo.

Cenarizar com a visão da floresta precisa muito menos do uso de dados do que de observação das ocorrências e do que elas provocam ou podem provocar.

Recentemente, Delfim Netto escreveu e publicou artigo intitulado “Aritmética”, sobre o rombo da Previdência Social. Analisou magistralmente a questão sem citar um número sequer. Não imagino economistas usuais serem iguais a Delfim, mas a “escola” econômica do ex-“Gordo” é a ideal, de fatos em si, que devem prevalecer às estatísticas.

Empresários não têm que se preocupar com 0,1º para cá ou 0,2% para lá e, sim, com o que acontece de forma efetiva nos movimentos da economia.

Isto é apenas uma dica: olhem, sim, para números, mas não lhes deem a importância maior que devem ter. Leiam e analisem comentários, análises e cenários que se preocupam menos com econometria e mais com desdobramentos de fatos da economia. Uma e outra formas diferem entre si.